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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

POESIA NÃO DÁ CAMISA (Claufe Rodrigues)

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Se todas as mulheres do mundo Tivessem um terço do teu perfume Deus morreria de ciúmes dos homens Porque aí não haveria mais eternidade, paraíso, Essas paisagens do amanhã. Existiria apenas o teu sorriso de hortelã Refrescando a minha boca Encharcada de saliva. Poesia não dá camisa Mas o poeta Quando tem uma musa Não precisa de blusa Vive de brisa. *Veja mais do autor   aqui:

ARTISTA (Natália Monte)

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Retrato de Françoise (1946), Pablo Picasso Não sou ourives, parnasianos, Mas sei tecer: teço teus planos Em meu tear cheio de prantos A te molhar Não sou Pandora, olimpianos, Mas de mistérios me alimento E das façanhas de todos os anos Nos quais em ti busquei alento Não sou simetria, neoclássicos, Minhas telas correm soltas como Picasso E vou deixando a cada passo O mundo ainda menos estático Artista é quem se expressa Com a liberdade de um condor Tamanha autenticidade dessa, Voa alto aonde quer que for E artista hei de ser, Até não mais respirar Oscilando entre céu e terra Para quiçás, assim, poder voar. Copyright © 2012 by Natália Monte All rights reserved. * veja mais da autora  aqui:

AGORA JAZ (Marla de Queiroz)

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Eretas tuas palavras, imponente teu discurso viril todo o teu porte. E o tempo estendido empregado em discorrer sobre as tuas qualidades e sobre o meu decote. Foi forte a sedução desse teu corpo quente, pegada obstinada. A argúcia e a certeza de que eu era a tua presa adequada. Mas bem na hora exata da entrega insensata em que me fiz constante, fiel àquele instante... Tua fala feito faca soberba, inesperada. Desisto na hora certa mesmo te parecendo errada: pois transo com pessoas, pra estas eu me entrego. Não trepo com seus egos. *veja mais da autora aqui:

TAPETE (Mauro Fabiani)

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Senhora do riso largo que abocanha o meu desejo, desejo de ser bem recebido por um tapete de boas vindas avermelhado, sua língua é este tapete mágico que me levaria ao céu da sua boca, céu das mil e uma noites, noites de um beijo tão sonhado Sua língua, tapete róseo encarnado, molhado, deixa-me com água na boca, maravilhado *veja mais do autor  aqui: Esta obra está licenciada sob uma  Licença Creative Commons . Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (Mauro Fabiani). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

NÃO LEVE FLORES (Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes)

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Não cante vitória muito cedo, não. Nem leve flores para a cova do inimigo, que as lágrimas do jovem são fortes como um segredo: podem fazer renascer um mal antigo. Tudo poderia ter mudado, sim, pelo trabalho que fizemos - tu e eu. Mas o dinheiro é cruel e um vento forte levou os amigos para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos, e nossa esperança de jovens não aconteceu, não, não. Palavra e som são meus caminhos pra ser livre, e eu sigo, sim. Faço o destino com o suor de minha mão. Bebi, conversei com os amigos ao redor de minha mesa e não deixei meu cigarro se apagar pela tristeza. - Sempre é dia de ironia no meu coração. Tenho falado à minha garota: - Meu bem, é difícil saber o que acontecerá. Mas eu agradeço ao tempo. o inimigo eu já conheço. Sei seu nome, sei seu rosto, residência e endereço. A voz resiste. A fala insiste: você me ouvirá. A voz resiste. A fala insiste: quem viver verá. *ouça a música

EPITÁFIO (Sérgio de Britto Álvares Affonso)

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FOTO: Emanuel Galvão Devia ter amado mais Ter chorado mais Ter visto o sol nascer Devia ter arriscado mais E até errado mais Ter feito o que eu queria fazer... Queria ter aceitado As pessoas como elas são Cada um sabe a alegria E a dor que traz no coração... O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar... Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr Devia ter me importado menos Com problemas pequenos Ter morrido de amor... Queria ter aceitado A vida como ela é A cada um cabe alegrias E a tristeza que vier... O acaso vai me proteger Enquanto eu andar distraído O acaso vai me proteger Enquanto eu andar... Devia ter complicado menos Trabalhado menos Ter visto o sol se pôr... *veja que clipe maravilho desta música

TENTE OUTRA VEZ (Raul Seixas)

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Veja! Não diga que a canção Está perdida Tenha fé em Deus Tenha fé na vida Tente outra vez!... Beba! (Beba!) Pois a água viva Ainda tá na fonte (Tente outra vez!) Você tem dois pés Para cruzar a ponte Nada acabou! Não! Não! Não!... Oh! Oh! Oh! Oh! Tente! Levante sua mão sedenta E recomece a andar Não pense Que a cabeça agüenta Se você parar Não! Não! Não! Não! Não! Não!... Há uma voz que canta Uma voz que dança Uma voz que gira (Gira!) Bailando no ar Uh! Uh! Uh!... Queira! (Queira!) Basta ser sincero E desejar profundo Você será capaz De sacudir o mundo Vai! Tente outra vez! Humrum!... Tente! (Tente!) E não diga Que a vitória está perdida Se é de batalhas Que se vive a vida Han! Tente outra vez!... * ouça a música