MEUS ESTIMADOS AMIGOS - DIA DO POETA (Emanuel Galvão)

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Para começar a semana Visitei meu amigo Mário Refiro-me ao Quintana E para meu poema  ficar danado de bom Parceria com Drummond Para ele não conter vícios Parceria com Vinicius E ser amigo do rei Nessa grande brincadeira Acompanhei Manuel Bandeira Também entre as pedras Cresceu minha poesia Cresceu com essa menina Grande Cora Coralina Poesia não precisa de motivo Basta ler em Ledo Ivo Quero iluminar de cima Acendendo lampiões Como fez Jorge de Lima Fazer um poema elegante Sofisticado, bacana Como faz o Afonso O Romano de Sant’anna Fazer poesia que arde Como faz Bruna Lombardi Não escrever coisa atoa Como fez Fernado Pessoa Fazer veros de quilate Como o Olavo Bilac Poema que seja casa Grande como uma mansão Como ergueu Gonzaga Leão Poema de morte e vida Severina vida sem teto Trabalhar no mesmo tema Faze grande o meu poema Como João Cabral de melo Neto Poema que a boca escarra E que escreve com a mão Que afaga e apedreja Sem flores e seus arranjos Como fez Augusto dos Anjos E na Can...

Seol (Jorge Felix de Carvalho/Jürgen Von Felix)


Elih se encontrava cansado, triste. Solitário. Diante das dificuldades que enfrentava, não conseguia ver solução.
Atolado de processos, relatórios, pareceres e prazos, decidiu que não dava mais! Tentou pensar na música, nas artes, nos sonhos. Lembrou com pesar dos seus antepassados. Tentou esperança na lembrança dos descendentes.
Dai, inevitavelmente tornaram-se mórbidos os seus pensamentos, dando uma força descomunal à imaginação nefasta.
Elih se encontrava mesmo muito sombrio, desolado!
Então, saiu do escritório, mas antes deixou todos os papéis em ordem. Organizou tudo, cada coisa no seu devido lugar. Era como se estivesse despedindo-se para sempre daquela cena. Pegou sua pasta, vestiu seu paletó, e se foi fechando a porta e em seguida jogando a chave no fundo da pasta, como se não mais fosse precisar dela.
Andou a esmo em meio a multidão barulhenta, mas só conseguia ouvir uma única voz em sua mente. Olhou para a varanda de um prédio de esquina. E num hipnotizante caminhar subiu cada degrau em direção aquela varanda.
Quem o via passar nem imaginava o que ele sentia.
Não sabiam dos seus desejos, dos seus sonhos, muito menos das suas frustrações, dos seus medos.
Na verdade isso não fazia a menor diferença.
Ninguém se importava, ninguém se importaria.
Enfim, conseguiu sem problemas chegar até a varanda.
Estava suado.
Respirava ofegante.
De lá de cima vislumbrou aquela gente apressada.
De la de cima vislumbrou a vida.
Porém, isso não foi o bastante. Elih tinha tomado uma decisão. Então, fez uso de uma banqueta que se encontrava ali, verificou que o laço estava bem apertado no pescoço... largou a maleta. Tirou o paletó.
A essa altura alguém o percebeu e imediatamente entendeu o que estava acontecendo.
E enquanto Elih num momento de agonia tentava aliviar o pescoço, o socorro chegou frio, gelado com o colarinho branco. O garçom lhe trouxera o Chopp mais gelado que já bebeu. E Elih finalmente conseguiu se livrar do laço de sua gravata.
E a cada gole do seu chopp gelado, sentia que morria para os infortúnios desta existência. 




 *Seol - Nas línguas originais, a Bíblia usa a palavra hebraica sheʹóhl e sua equivalente grega haí·des mais de 70 vezes. As duas se relacionam com a morte. Algumas traduções da Bíblia vertem-nas por “sepultura”, “inferno” ou “cova”. No entanto, na maioria das línguas não existem palavras que transmitam o sentido exato desses termos hebraico e grego. De modo que a Tradução do Novo Mundo usa as palavras “Seol” e “Hades” nas notas.



Comentários

  1. Respostas
    1. Muito grato Simone Souza! E me perdoe a demora. Luz do Amor para você.

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  2. Gratidão por postar o meu escrito. Quando o escrevi estava pensando no Setembro Amarelo, mês escolhido para prevenir o suicídio, e também nas pressões do dia a dia, que o nosso modelo social nos oferta kkkkkk

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  3. Muito bom Jorge, principalmente o final. Parabéns.

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    1. Gratidão meu bom Adelton! Luz do Amor para você.

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  4. Respostas
    1. Muito grato Poesia Galvaneana! Gratidão por se fazer oportunidade para os que se utilizam da palavra. Luz do Amor!

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