Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Para Onde Vão As Palavras de Amor Não Ditas? (Zack Magiezi)



Esquecidas em orfanatos
(por serem precoces demais)
Envelhecidas em asilos
(por terem enrugado e perdido a independência)
Amarradas em camisa de força
(por serem insanas e incontroláveis)
Suplicando nas sarjetas
(por precisarem de ajuda)
Nas fotos dos “desaparecidos”
(por um dia terem virado saudade)
Se porventura elas forem vistas por aí
Diga que sinto falta
Sinto muita falta.



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

TERCETOS (Olavo Bilac)

BORBOLETAS (Mario Quintana)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

ESCUTATÓRIA (Rubem Alves)

A FLOR E A FONTE (Vicente de Carvalho)

Delírio (Olavo Bilac)