Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Oficina de Poesia (Sergio Vaz)







"o que é poesia?" O menino me perguntou.
"Poesia é a forma diferente de olhar as coisas."
Eu perguntei:
" o que tem na minhas mãos?"
"Água." Todos responderam.
Perguntei de novo
" o que tem nas minhas mãos?"
"água."
Perguntei mais uma vez, só que desta vez alguém lá no fundo disse
"mar"
do outro lado alguém disse
"Chuva"
"enchente"
"lágrimas"
"Vida"
"suor"
"refrigerante"
"suco"
"banho"
etc.
etc.
etc.
Aí, eu disse:
"Pera lá, mas agora pouco não era só um copo de água?"
"ha, ha, ha, ha, ha, ha..."
E todos nós rimos como se a dor não existisse.
E a água da poesia quase afogou meus olhos.
O Coração já tinha transbordado há muito tempo.






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BORBOLETAS (Mario Quintana)

TERCETOS (Olavo Bilac)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

Eu Te Desejo (Flávia Wenceslau)

Felicidade (Vicente de Carvalho)