Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

VELHA ROUPA DESBOTADA (Emanuel Galvão)



Vendo-a assim, nem parece confortável
Surrada da vida até já desbotou
Feito as pessoas puras, já amaciadas
Pelos dissabores de sua pureza inextirpável
Trazem o jeito ameno, de quem muito amou.

São peças comuns, de beleza discreta
Mas, pôxa vida, como vestem bem!
De tanto usadas não são nem notadas
Feito o jeito doce que uma pessoa tem.

Hei você! Que se parece, com uma velha roupa
Comum, companheira, fiel e mal-amada
Talvez, até se esqueçam de te fazerem festa
Mas, saibas contigo a felicidade
De acolher, aquecer, tocar e proteger
A nudez: do âmago ao corpo de alguém.

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