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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

O MEU PAíS (Livardo Alves, Orlando Tejo, Gilvan Chaves)

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Tô vendo tudo, tô vendo tudo Mas, bico calado, faz de conta que sou mudo Um país que crianças elimina Que não ouve o clamor dos esquecidos Onde nunca os humildes são ouvidos E uma elite sem deus é quem domina Que permite um estupro em cada esquina E a certeza da dúvida infeliz Onde quem tem razão baixa a cerviz E massacram - se o negro e a mulher Pode ser o país de quem quiser Mas não é, com certeza, o meu país Um país onde as leis são descartáveis Por ausência de códigos corretos Com quarenta milhões de analfabetos E maior multidão de miseráveis Um país onde os homens confiáveis Não têm voz, não têm vez, nem diretriz Mas corruptos têm voz e vez e bis E o respaldo de estímulo incomum Pode ser o país de qualquer um Mas não é com certeza o meu país Um país que perdeu a identidade Sepultou o idioma português Aprendeu a falar pornofonês Aderindo à global vulgaridade Um país que não tem capacidade De saber o que pensa e o que diz Que não pode escon

VEM (Emanuel Galvão)

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Vem, Que o tempo bom é assim Passa bem ligeiro Somos nessa vida, não mais que passageiros Pois tudo nesse mundo tem um fim Mas não te preocupes, em cada novo dia há um começo Por ti, labuto sem pensar no cansaço Por ti, faço e aconteço Cada novo amor traz embaraço Tudo quanto quero e sei, eu mereço... Por ti, todo sacrifício sei que faço Pois do momento que acordo ao que adormeço Só penso no conforto dos teus braços. Vem, Que os desejos do meu coração o corpo cumpre Procurando fazer o que deseja e sente Vem Com dúvida ou mesmo resoluta Ardente, feroz ou suavemente Mas vem Irrestrita, completa, absoluta Pois eu quero ser feliz hoje Que é bem melhor que ser pra sempre. Copyright © 2007 by Emanuel Galvão All rights reserved.

BEIJA-FLOR (Emanuel Galvão)

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Disseram-me que não tenho os pés no chão Vivo voando, sonhando, amando, parado no ar É que: na liberdade, bate depressa meu coração Prendendo-me ao desejo de amar, e de beijar.

TEM GENTE QUE TEM CHEIRO... (Ana Jácomo)

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Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas a gente se sente sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver. Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. De passeio no jardim. Ao lado delas, agente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. * veja mais da autora  aqui:

O PERFUME (TRECHO) - (Patrick Suskind)

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"...as pessoas podiam fechar os olhos diante da grandeza, do assustador, da beleza, e podiam tapar os ouvidos diante da melodia ou de palavras sedutoras. Mas não podiam escapar ao aroma. Pois o aroma é um irmão da respiração - ele penetra nas pessoas, elas não podem escapar-lhe caso queiram viver. E bem para dentro delas é que vai o aroma, diretamente para o coração, distinguindo lá categoricamente entre atração e menosprezo, nojo e prazer, amor e ódio. Quem dominasse os odores dominaria o coração das pessoas." *veja mais do autor  aqui:

PASSARINHO LIBERDADE (Zé Geraldo e Filizola)

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Passarinho, por que cantas? Prende a voz nessa garganta Prende a voz com que levanta Essa música serena Se me vês chorar de pena Passarinho, por que cantas?

ENCONTROS & DELÍRIOS (Luciano Barbosa)

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Ontem nos beijamos ardentemente; E ainda agora está bem presente O movimentar de cada beijo. Em meus braços seu corpo se contorcia; Saciava-me em sua boca macia; Murmurava palavras; quanto desejo...