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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacientes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

ESCUTATÓRIA (Rubem Alves)

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                                                                                    Rubem Alves   Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado  curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer  aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho  que ninguém vai se matricular.           Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que "não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também  não ter filosofia nenhuma".           Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: "Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito; é preciso também que haja silêncio dentro da alma". Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar  um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que

A QUEM ESCREVE* (Edna Lopes)

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"A poesia se embrenhou nos meus modos viventes. Não é mais só minha matéria-prima, é minha matéria-imã, minha matéria-irmã, minha matéria-mãe." Elisa Lucinda “Mas pode alguém acusar-nos de ociosos? Nós polimos as almas com a lixa do verso.”(...) Maiakósvisk Ao escrever, deixa que a alma diga sua dor, sua alegria, seu amor, seu louvor, sua paixão, sua afeição. É preciso viver cada emoção, mesmo as que não são da tua vida, da ordem do teu dia. É preciso “aprender” ser do lugar do outro, do lugar do prazer ou do sofrer do personagem que escolhes.

SE NÃO TIVESSE SIDO AGORA (Adriana Moraes)

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Se não tivesse sido agora, faria ter sido antes É que todo homem diante do amor treme Eu não, eu sou diferente, sou mulher! Fraca, fresca, fria, fútil...nada disso, Forte, fogosa... Faminta! Mulheres até choram, mas nunca tremem...

Pele (Emanuel Galvão)

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* O coração?!... O símbolo do amor Ao contrário do que se imagina Deveria ser a pele Que ninguém sabe onde começa Ou onde termina A mesma que esticamos ao sol - melanina – Como num curtume Que cobrimos menos por pudor E mais por costume Onde ficam as cicatrizes Pele veste das meretrizes Mercadoras de amor... Pele símbolo de pureza Desde a eternidade A pele que membrana a virgindade Fonte de beleza Flor de liberdade Pele que é o amor do outro lado da rua Que não se atravessa Por mais que se tenha vontade Pele que repousa nua E que o vento passeia Sem pudor nem pressa Que assim feito o amor Ninguém sabe onde começa ou termina Misteriosa tela que não se descortina Onde se tatuam os desejos Arranham-se fantasias Tecido onde se enxugam os beijos Casca em que teço minha poesia E o vento insistente Despudorado abusa Membrana fina Que reveste o corpo de uma musa. Copyright © 2007 by Emanuel Galvão All rights reserved. *Pintura de S. Marshennikov

PALAVRAS (Dydha Lyra)

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Eu me trajo dessas palavras  e desfilo elegantemente para as ilusões  sob o olhar de reprovação da indiferença,  e levanto a cabeça  quando alguem me pergunta como estou,  repenso tudo e digo:  Vivendo e achando bom... Dydha Lyra Copyright © 2011 by Dydha Lyra All rights reserved. *veja mais de Dydha Lyra aqui:  movimentodapalavra.blogspot.com