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Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Serra da Barriga (Emanuel Galvão)

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Zumbi do alto da serra da barriga Não se entregou, nem se atirou. Zumbi foi traído e degolado E o foi, para ficar calado, Mas seu ideal não calou. Palmares não foi lenda Palmares foi realidade. Palmares não foi apenas berço Mesmo que o preto ou o branco Não compreendam Sua luta para além da eternidade. Palmares não foi apenas berço, Palmares foi ama de leite, Foi colo e barriga, Serra que ainda hoje abriga Sonhos de liberdade! *Do livro Elogio ao Desejo & Outras Palavras (página 101) Copyright © 2015 by Emanuel Galvão All rights reserved. *Foto Genisete Lucena Sarmento

'Existe Apenas Um Pecado...' (Khaled Hosseini)

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'Existe apenas um pecado, um só. E esse pecado é roubar. Qualquer outro é simplesmente a variação do roubo. Quando você mata um homem, está roubando uma vida, está roubando da esposa o direito de ter um marido, roubando dos filhos o direito de ter um pai. Quando você mente, está roubando de alguém o direito de saber a verdade. Quando você trapaceia, está roubando o direito à justiça. Entende? Não há ato mais infame que roubar.'

Ao Amor Antigo (Carlos Drummond de Andrade)

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O amor antigo vive de si mesmo, não de cultivo alheio ou de presença. Nada exige nem pede. Nada espera, mas do destino vão nega a sentença. O amor antigo tem raízes fundas, feitas de sofrimento e de beleza. Por aquelas mergulha no infinito, e por estas suplanta a natureza. Se em toda parte o tempo desmorona aquilo que foi grande e deslumbrante, a antigo amor, porém, nunca fenece e a cada dia surge mais amante. Mais ardente, mas pobre de esperança. Mais triste? Não. Ele venceu a dor, e resplandece no seu canto obscuro, tanto mais velho quanto mais amor.

'Na Parede...' (Eduardo Galeano)

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Na parede de um botequim de Madri, um cartaz avisa: Proibido cantar. Na parede do aeroporto do Rio de Janeiro, um aviso informa: É proibido brincar com os carrinhos porta-bagagem. Ou seja: Ainda existe gente que canta, ainda existe gente que brinca.

'Espero...' (Múcio Góes)

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espero nunca perder o viço nem minha mão o feitiço desse ofício da alegria e se for pra morrer que seja disso desse troço de fazer poesia