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Mostrando postagens com o rótulo Prosa poética

Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

MINHA MULHER NÃO É FURACÃO (Fabrício Carpinejar)

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Adriana Galvão - Foto: Emanuel Galvão Você não é um furacão. Trata-se de uma cilada masculina. Não aceite ser nomeada desse jeito. Representa um falso cumprimento. Todo homem diz que a mulher é um furacão como projeção: é o que ele deseja da companhia, não é o que ela é. Pode soar sedutor, pode sugerir passionalidade, pode sugerir fogo e charme, porém é uma armadilha. Sua intenção não é boa. Furacão não é convidado. Furacão passa rápido. Furacão é somente sexo. Furacão é pressa. Furacão não tem endereço, nem infância. Furacão destrói lares, arrebenta relacionamentos. Furacão não chora, não se arrepende de colecionar vítimas. Furacão não pergunta duas vezes. Furacão não volta, não cria raízes, não se despede. Furacão é triste, solitário, assim como vulcão. Furacão é vazio, repetitivo, rancoroso. Furacão não deixa bilhetes, não tem recaídas. Chamar uma mulher de furacão é uma forma machista de s

'NÃO PERCEBI A CHEGADA DO OUTONO' (Marla de Queiroz)

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Não percebi a chegada do Outono. Mas eu sentia que estava embarcando numa nova estação: todas as árvores que (não) plantei, de repente, estavam nuas. E eu caminhava num tapete de folhas e flores. Os caminhos também se estreitaram e tive uma sucessão de perdas, ou melhor, tive uma sucessão de trocas. E assim, como toda pessoa que tem um coração pulsando, fiquei assustada demais com as mudanças. Mas agora já consigo perceber beleza na nudez de cada uma das minhas árvores prediletas. Elas apenas estão trocando de roupa enquanto eu troco de pele... Tamanha cumplicidade.

HISTÓRIA DE FOGO (Juliano Beck de Oliveira)

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“A palavra oral não dá rascunho” já dizia o Manoel de Barros. Consiste esse aforismo na mais pura simulação da verdade de que se tem notícia. Não dá rascunho porque não engravida de livros, a palavra oral é despretensiosa, irresponsável, se dedica apenas aos deleites momentâneos, depois se esvai e raramente resta alguma prova cabal do ato consumado, quando muito uma marca de batom se o orador em questão for um tanto quanto descuidado. Por sua vez, a palavra escrita... ah, essa costuma prostrar o leitor no papel e abusá-lo em todas as posições sintáticas que o termo é capaz de exercer. Não satisfeita, exige ser alçada aos confins do vento e, por declamação, eis meu poema na tua boca outra vez, latejando de sentido. E um ou dois enunciados não bastam, é hora de deitar novamente, pois a pena em riste não cessa de escrever, lançando em teu ventre o sêmen do gosto pelas artes verbais. Incontáveis são os artifícios literários urdidos para que se cumpra religiosamente a est

ACHO MARAVILHOSO... (Ana Jácomo)

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“Acho maravilhoso perceber o quanto algumas vidas interagem com a nossa de um jeito tão mágico e bonito. Todo encontro que verdadeiramente nos toca é uma espécie de milagre num mundo de bilhões de seres humanos. Algumas pessoas a gente nem imaginava que existiam, mas, meu Deus, que agrado bom é para a alma descobrir que vivem. Que estão por aqui conosco. Pessoas que fazem muita diferença na nossa jornada, com as quais trocamos figurinhas raras para o nosso álbum.”

AMOR INÉDITO (Cris Guerra)

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O meu amor por você é inédito. Novo e maduro – como pode? Penso, sinto e quero você. Hoje, amanhã e na medida sem fim do tempo. Quando estou em silêncio e lembro que você existe eu sinto paz. Suspiro aliviada. Quero vestir o seu abraço e sair com ele por aí, como um colete à prova de balas. Abraço longo, apertado, quente. Quero mais, me abrace mais. Mais um pouquinho. Vai sempre faltar abraço pra minha sede dele. Sei que dentro de você moram sorrisos. Alguns você deixa escapar, os outros esconde no escuro, pra eu procurar. E eu gosto do jogo. Gosto também das suas mãos nas minhas, das suas mãos tomando conta de mim. Não quero viver sem suas mãos por perto. Não sei aprender isso. É que esse meu amor inédito parece que nasceu junto comigo.  *Esse texto foi colhido maduro como fruto bom do blog: http://simplesmentesensivel.blogspot.com.br/  

A MORTE DEVAGAR (Martha Medeiros)

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              Morre lentamente quem não troca de idéias, não troca de discurso, evita as próprias contradições. Morre lentamente quem vira escravo do hábito, repetindo todos os dias o mesmo trajeto e as mesmas compras no supermercado. Quem não troca de marca, não arrisca vestir uma cor nova, não dá papo para quem não conhece. Morre lentamente quem faz da televisão o seu guru e seu parceiro diário. Muitos não podem comprar um livro ou uma entrada de cinema, mas muitos podem, e ainda assim alienam-se diante de um tubo de imagens que traz informação e entretenimento, mas que não deveria, mesmo com apenas 14 polegadas, ocupar tanto espaço em uma vida.

QUANDO SEXO NÃO É INTIMIDADE (Marla de Queiroz)

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Intimidade não se consegue numa noite de sexo. Por maior que seja a troca, o prazer, a peripécia, o orgasmo. Sexo por sexo poderá ser tão saudável quanto sexo com amor, mas não promove intimidade. A carícia de quem ama alimenta os seus campos sutis, sua alma; a carícia de quem vivencia apenas o desejo alimenta o corpo. Penetrar um corpo com amor, é ter vontade de perder-se e a confiança de que se estará seguro nesta entrega de todos os sentidos. Poderá haver tanta poesia numa relação quanto em outra, mas intimidade não. Poderá haver tanta diversão e desejo em uma como em outra, mas intimidade só se consegue com o antes e o depois em consonância com o durante. Sexo sem amor pode ser tão gostoso quanto com. Mas poder dizer um EU TE AMO sonoro com toda a força do teu coração naquele momento em que alguém se funde a você, é um orgasmo-bônus que só a intimidade proporciona... *veja mais da autora em seu blog: transFLORmar-la. Click aqui.

À PRETEXTO (Juliano Beck de Oliveira)

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“A palavra oral não dá rascunho” Manoel de Barros ... não se deixe levar pelo meu verso. Não leve tão a sério a minha prosa. Não me leve a mal. Se finjo ser um bom escritor, eis mais um bom motivo. Não acredite em escritores, não os leve a sério, o que eles querem é te levar para a cama, mirar na tua pele folhas alvas e te engravidar de livros. Marques um acaso comigo e dir-te-ei, gaguejando e tímido, porém sem desviar o olhar, todas as verdades que desejas ouvir. Te falo ao pé do ouvido, suando frio e com o coração acelerado. Mas não leia a sério nenhuma palavra da minha escrita. Deixe que eu te toque com as mãos, mas jamais admita que uma só palavra minha penetre em teu ser, pois assim estará corrompida para sempre, e quem o disse foi Neruda, um mentiroso mais sincero do que eu. Conceda apenas o afago dessas calejadas mãos de operário semântico, de modo que permanecerá intacta em sua pureza de menina doce. Perdoa minhas orações, cesse aqui a leitura, vá para a cam

PESSOAS VÃO EMBORA... (Marla de Queiroz)

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                          Pessoas vão embora de todas as formas: vão embora da nossa vida, do nosso coração, do nosso abraço, da nossa amizade, da nossa admiração, do nosso país. E, muitas a quem dedicamos um profundo amor, morrem. E continuam imortais dentro da gente. A vida segue: doendo, rasgando, enchendo de saudade... Depois nos dá aceitação, ameniza a falta trazendo apenas a lembrança que não machuca mais: uma frase engraçada, uma filosofia de vida, um jeito tão característico, aquela peculiaridade da pessoa. Mas pessoas vão embora. As coisas acabam. Relações se esvaem, paixonites escorrem pelo ralo, adeuses começam a fazer sentido. E se a gente sente com estas idas e também vindas, é porque estamos vivos. Cuidemos deste agora. Muitos já se foram para nos ensinar que a vida é só um bocado de momento que pode durar cem anos ou cinco minutos. E não importa quanto tempo você teve para amar alguém, mas o amor que você investiu durante aquele tempo. Segundos podem ser eter

TEU SORRISO TEM ESTE PODER... (Alessandra Alcântara)

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Teu sorriso tem este poder... O de fazer-me perder a noção de tempo, do espaço...  De tudo! Fico assim perdida, pensado se junto-me a ti neste sorriso, ou se te envolvo em meus braços...  E perco-me dentro deles. *veja mais da autora  aqui:

CORAÇÃO GRITA (Lys Carvalho)

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Se existe saudade, a ternura está presente, E nunca estamos solitários quando a dor chega. Pessoas apaixonadas nunca envelhecem. O coração bate forte e grita pela vida. Copyright© 2011 by Lys Carvalho All rights reserved. *veja mais da autora  aqui:

TEM GENTE QUE TEM CHEIRO... (Ana Jácomo)

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Tem gente que tem cheiro de passarinho quando canta. De sol quando acorda. De flor quando ri. Ao lado delas a gente se sente sem relógio e sem agenda. Ao lado delas, a gente se sente comendo pipoca na praça. Lambuzando o queixo de sorvete. O tempo é outro. E a vida fica com a cara que ela tem de verdade, mas que a gente desaprende de ver. Tem gente que tem cheiro de cafuné sem pressa. Do brinquedo que a gente não largava. De passeio no jardim. Ao lado delas, agente não acha que o amor é possível, a gente tem certeza. * veja mais da autora  aqui:

O MELHOR DO ABRAÇO (Ana Jácomo)

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                           "Mas o melhor do abraço não é a idéia dos braços facilitarem o encontro dos corpos. O melhor do abraço é a sutileza dele. A mística dele. A poesia. O segredo de literalmente aproximar um coração do outro para conversarem no silêncio que dá descanso à palavra. O silêncio onde tudo é dito sem que nenhuma letra precise se juntar à outra. O melhor do abraço é o charme de fazer com que a eternidade caiba em segundos. A mágica de possibilitar que duas pessoas visitem o céu no mesmo instante."                     * veja mais de Ana Jácomo aqui:  http://www.facebook.com/pages/Cita%C3%A7%C3%B5es-Ana-J%C3%A1como/226361214046820

PORQUE ESCREVO (Rita Mendonça)

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Escrevo pra te ter por perto. É somente isso. Por saber que em algum lugar – não sei ao certo onde, talvez do meio do mar – buscarás por mim com os olhos de tua alma cega,  todo os dias. Em tempos modernos, leituras diárias e obrigatórias são as chamadas do jornal on line, a caixa de mensagens, o twitter, o site de compras em promoção. Os meus escritos não se encontram entre as opções recomendadas pelos especialistas, para uma boa administração do tempo e da vida. Estariam na classificação das futilidades.  Mas sei que tens, silencioso e furtivo,  mais um item essencial em tua rotina diária: o Meu Jardim. Perde-te nele,  escondendo-se dos especialistas e consultores.

BRAZILEIRÍSSIMA (Paulo José Gonçalves)

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            Corria ela, a beira-mar, incandescente, tumbante, luzente. Cabelo laranja, cor-cobre, coisa assim.  Camisa preta, letras branco-prateadas, escrito “stop”.  Saia de marca, calcinha Du’Loren, azul escoarente.  Salto ponta-de-agulha, chiclete na boca.  Na boca um batom vermelho escuro.  Na face uma luz pálida.   Inconsciente.  Tiro no peito.   Asas na alma.  Morreu calada, quase impura. Tão brasileira.   Copyright © 2012 b y Paulo José Gonçalves All rights reserved.

A QUEM ESCREVE* (Edna Lopes)

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"A poesia se embrenhou nos meus modos viventes. Não é mais só minha matéria-prima, é minha matéria-imã, minha matéria-irmã, minha matéria-mãe." Elisa Lucinda “Mas pode alguém acusar-nos de ociosos? Nós polimos as almas com a lixa do verso.”(...) Maiakósvisk Ao escrever, deixa que a alma diga sua dor, sua alegria, seu amor, seu louvor, sua paixão, sua afeição. É preciso viver cada emoção, mesmo as que não são da tua vida, da ordem do teu dia. É preciso “aprender” ser do lugar do outro, do lugar do prazer ou do sofrer do personagem que escolhes.

PALAVRAS (Dydha Lyra)

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Eu me trajo dessas palavras  e desfilo elegantemente para as ilusões  sob o olhar de reprovação da indiferença,  e levanto a cabeça  quando alguem me pergunta como estou,  repenso tudo e digo:  Vivendo e achando bom... Dydha Lyra Copyright © 2011 by Dydha Lyra All rights reserved. *veja mais de Dydha Lyra aqui:  movimentodapalavra.blogspot.com

QUEIMA (Pedrosill)

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Assim como os fogos de artifícios, a paixão é um lindo espetáculo Pra quem não se acaba entre as chamas! Copyright © 2012 by Pedrosill All rights reserved. *veja mais de Pedrosill aqui:   http://www.pedrosill.com