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Mostrando postagens com o rótulo Emanuel Galvão

Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Feliz Ano Todo! (Emanuel Galvão)

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Escolha uma definição de felicidade. Se tu tens em mãos a matéria prima Erga como se ergue uma cidade. Então nela, fielmente imprima: Tuas mais razoáveis necessidades. Apesar das dificuldades, não se deprima. Muito além, do fútil e das vaidades, Ou de qualquer possível autoestima. Qualquer força, que nos destina: Crenças, ordens, leis ou verdades, Para além das superestimas Ou mesmo das cruéis realidades. Escolha uma definição de Felicidade. Felicidade permanente é um engodo Imposta pelos credos e a sociedade... Felicidade sempre e não o tempo todo! Copyright © 2017 by Emanuel Galvão All rights reserved.

"Cinismo" (Emanuel Galvão)

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Dedicado a Walfrido Pedrosa de Amorim (Nô Pedrosa) Um sujeito oculto e culto Que fez de suas palavras uma hoploteca Tem seu escritório Em frente à biblioteca -Doutor da anarquia- Seu predicado maior Era não ter dominação ou hierarquia. Tu me acusarás Eu não obedeço Ele me prende Eu não obedeço Nós protestaremos Eu não obedeço Vós desejais Eu não obedeço Eles mandam Eu não obedeço - não é pessoal, é convicção - Talvez tenha em outro plano Planos para sua subversão! Copyright © 2017 by Emanuel Galvão All rights reserved. *07 de setembro de 1940 +23 de dezembro de 2017

Meu Canto (Emanuel Galvão)

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Não lembro de ter me colocado Nesse mundo tão belo, a passeio. Não vejo essa vida, qual recreio, Pra viver minha vida recalcado. Eu prefiro partir mais que depressa Vida assim, inútil, não interessa, Pra não dizer, melhor ficar calado, Que poeta sem voz e segregado, Esta vida não vive, atravessa. Da viola só tenho as dez cordas E das horas do dia vinte e quatro. Das esquinas e das praças meu teatro, Sem luz, sem plateia e sem hordas. Solto apenas meu canto de protesto, Pois na vida o que eu mais detesto, É aquele que apenas só concorda, O avesso do pano de quem borda, É meu canto irritante e manifesto .

Acordo Cordel (Emanuel Galvão)

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Se não podes julgar-me com equidade Se pensas que nasci com a maldade Negando-me teus braços ou tuas praças Se o que tens para mim são ameaças Se só sabes apontar-me o meu mal Reduzindo a maior idade penal Dezesseis, quinze, talvez dez -O melhor não seria a educação? Se não pode socorrer-me com tuas mãos Por favor não me pise com teus pés! Se erguer minha voz é mimimi É porque não estás disposto a ouvir Nosso grito abafado e secular E a teu ponto de vista macular Essa mãe, essa filha, irmã, amiga “Que por vezes fala, mas não briga”  Nossa voz é medida em decibéis? -“As mulheres a honrosa submissão”! Se não podes socorrer-me com tuas mãos Por favor não me pise com teus pés! Tu discutes, da minha pele o tom Se é preta, parda ou marrom E o mais claro é claro te apetece Não discutes, claro, o que acontece Do velado, costumeiro preconceito Que coloca na cor da pele o defeito E a rica discursão, num plano rés -Eu sou de ne

Serra da Barriga (Emanuel Galvão)

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Zumbi do alto da serra da barriga Não se entregou, nem se atirou. Zumbi foi traído e degolado E o foi, para ficar calado, Mas seu ideal não calou. Palmares não foi lenda Palmares foi realidade. Palmares não foi apenas berço Mesmo que o preto ou o branco Não compreendam Sua luta para além da eternidade. Palmares não foi apenas berço, Palmares foi ama de leite, Foi colo e barriga, Serra que ainda hoje abriga Sonhos de liberdade! *Do livro Elogio ao Desejo & Outras Palavras (página 101) Copyright © 2015 by Emanuel Galvão All rights reserved. *Foto Genisete Lucena Sarmento

Le Petit Poème Coquin (Parole: Emanuel Galvão / Traduction : Joseli Rêgo Lopes)

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Le Petit Poème Coquin  Je cherchais La poèsie Mais elle est allée jouer dans mon enfance Elle a joué le toupie dans mon clos Alors  je suis allé a la lumière De mon clos. Mais la poèsie coquine Elle a  volé tout ensemble a une cerf-volant et a  porté avec elle La parole – matière première -  Je ne comprenais pas pourquoi cette poésie- là était grande Et la mienne était petite J ‘ai bandé mes yeux et j ‘ai joué à la collin-maillard Parce que si je sentais la parole, la rime Je la prendrais tout de suite Mais la poèsie coquine Bien caché chez-moi Apportais les bruits de son attente -          Pour moi, ce n’est pas facile la trouver Ni la séduire, ni la captiver - Je l’ai cherché Mais elle a eu jouer à cache-cache Et je ne l’ai pas trouvé. Copyright © 2015 by Parole: Emanuel Galvão /  Traduction : Joseli Rêgo Lopes All rights reserved. Poeminha Traquino Eu procurei a poesia E tinha ela ido brincar na minha infância

Português - Poemas Para Estudantes (Emanuel Galvão)

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Amar é verbo Cama, substantivo Linda, adjetivo Sexo, apelativo O beijo é aperitivo Eu, pronome pessoal Você... Poderosa! Nós... um sonho... FRUIR: é simplesmente uma palavra Maravilhosa! Copyright © 2007 by Emanuel Galvão All rights reserved.

Matemática - Poemas para estudantes (Emanuel Galvão)

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Um Dois Três Quatro... O número é infinito O meu amor por você também Pena que não saiba contar Medo de ser reprovado na tabuada Amor que não se revela Não vale... Noves fora nada. Copyright © 2007 by Emanuel Galvão All rights reserved.

Mulheres (Emanuel Galvão)

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Mais do que flor amor Mais do que direito respeito Mais que admiração aceitação Mais que homenagem aprendizagem Mais que aliança confiança Mais que independência consciência Mais que independente competente Mais que poesia fantasia Mais que adoração coração Mais que desejada amada Mais que feminina menina Mais que pegada Conquistada Mais que esposo Gozo Mais que bonita bendita Mais que abraço regaço Mais que erotizada abalizada Mais que maternal amor atemporal Copyright © 2015 by Emanuel Galvão All rights reserved.

Céu da Boca (Emanuel Galvão)

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Um beijo em teu sorriso!  Este portal da alegria Onde o sol nasce e se  põe, E, mesmo quando choras,  As chuvas de  tuas lágrimas Fazem-se arco-íris Com a luz resplandecente Do teu belo  sorriso. Este portal da alegria, Que  guarda, mas não oculta As estrelas cálidas, Que  espalham-se pelo  céu, Espelhando todo suntuoso universo  Da tua boca. Tal sorriso,   Só poderia ser  emoldurado Por tão carnudos lábios, Lapidados pelo  próprio Eros:  Lúbricos de  mel. E, em meio à fantasia  Deliro em cócegas,  Que  tua língua Faz em minha alma. Esse  palácio lascivo  Que são os teus lábios,  Traz-me o inefável prazer  Que  habita em teu beijo. E, quando neste universo De mel, singularidade e  fantasia  Finalmente, sinto-me amplo. E, no teu céu, Atinjo o êxtase de  brincar, De procurar estrelas com  a língua. Copyright © 2007 by Emanuel Galvão All rights reserved.

Código (Emanuel Galvão)

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Coração diz umas coisas... Um código morse, feitos de tum-tuns Umas mudanças de brilho no olhar Tem que entender de amor pra decifrar Fala para todos Mas, só o entendem, alguns.

Furta-cor (Emanuel Galvão)

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Teu beijo é um trava língua sempre gaguejo pra falar de amor sem ele fico a míngua

Eu abro a janela e vejo a vida bela (Emanuel Galvão)

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Para D. Liége 'Penso em ti devagar, bem devagar, com um bem-querer tão certo e limpo, tão fundo e bom que parece que estou te embalando dentro de mim.' Rubem Braga Eu abro a janela E vejo a vida bela Eu vejo muito a além das necessidades - Um mundo de possibilidades – Mais que louças para lavar Eu vejo que tive pão em minha mesa E os momentos de tristeza Serão por certo menos significativos Que os momentos de alegria Afinal, sentir é um atributo dos vivos.

Anotações Importantes (Emanuel Galvão)

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Quando você chegar Vai encontrar o almoço Pronto na geladeira A planta já foi regada Deixe o vale da empregada Limpe tudo depois Que eu não estou de brincadeira E também muito cansada

Homem (Emanuel Galvão)

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Bicho esquisito, esse homem Mais parece um menino Leva a vida sorrindo Pintando o sete, mil cores Fazendo poemas, de amores E, brincando cedo de homem.

Em Pessoa (Emanuel Galvão)

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Revesti minha poesia De verbetes reluzentes Que brilhem fundo n'almas E as iluminem inteiramente, Mas a canção que acalma É a mesma da dor contundente Às vezes, métrica e rima Às vezes, apenas repente

Escambo (Emanuel Galvão)

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  Acredito que o amor à primeira vista Possa parecer fascinante Acredito em amor a primeira vista! Mas não acredito que seja cego - amor finge que não vê – Porque se distrai Com coisas lindas e banais Porque o que os olhos não veem O coração não sente Acredite em amores inocentes Acredite em amores à primeira vista.

Última Carta (Emanuel Galvão)

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É-me difícil escrever-te com ternura Movido assim por desgastada saudade Culpando talvez a desventura De tê-la protegido da verdade

MULHER POR EXCELÊNCIA (Emanuel Galvão)

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Esse macho, que me vem como ladrão Me rouba essa segurança de mulher Despreza-me com esse olhar de mansidão E me devora com seus beijos, quando quer.

PAPEL RECICLADO DE AMOR E VIDA (Emanuel Galvão)

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Quando desesperadamente corpos Sobre corpos a se esfregar Num balé, sensual e embriagador Produz prazer e gozo E conduz a paz desinibida A forma mais primitiva do amor. Então silenciai: aí há vida.