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Um Amor (Emanuel Galvão)

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              Alguém já me havia dito que a vida é bem representada pelo aparelho que fica ao lado do leito dos pacienñtes, principalmente os da UTI. Aquele que faz um sobe-desce e determina o ritmo do coração, um gráfico para dizer a quantas anda nosso batimento cardíaco.  A vida tem seus altos e baixos, vejam, suas árduas subidas e os santos ajudando ladeira a baixo, como diz o ditado.            Naquele aparelho o que não se quer é uma linha reta, horizontal a sinalizar que descansamos. E na batalha da vida, pela vida e com a vida, os amores. Esses que também tem aclives e declives e podem ser difíceis para alguns, como estas palavras. Afinal, a vida não é para amadores. E eu direi: a vida é para amantes. Esses que de conversa em conversa, vão alimentado de saudades um relacionamento, esses temperados com sorrisos, carinhos e gentilezas.            São esses amores silenciosos, com menos boca e mais ouvidos que conquistam a eternidade. Saber ouvir é uma arte, saber ouvir e sorrir  é

DOUTORES, ILUSTRÍSSIMOS, DIGNÍSSIMOS... (Lídia Maravilha)

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                          Doutores, Ilustríssimos, Digníssimos...              Usamos todos os nossos recursos na nossa melhor formação. Que o purismo, o formalismo exagerado, o contorcionismo intelectual feito para justificar que uns nascem mais iguais que outros, não nos transforme em um número: O número da Ordem!

CAMALEOA (Taciana Valença)

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Alma esta Q'inda molhada De chuva incessante  Adentra na relva Num verde vibrante Que rola e  ama Confunde-se com a grama Levantando-se azul Num mar profundo E deita-se n' areia Na cor de seu mundo...

CAMALEOA (Olívia de Cássia)

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Os camaleões distinguem-se de outros lagartos pela habilidade de algumas espécies em trocar de cor. Eu não sou como a fêmea do camaleão, não uso disfarces, um para cada situação, mas bem que em determinadas horas seria melhor agir assim, para o nosso bem e ‘de toda a santa igreja’. A vida é cheia de labirintos e às vezes é preciso ser dissimulada para não revelar sentimentos e emoções, mas infelizmente a vida não me instruiu para isso também. Não aprendi a viver de falsete, de enganações. Falo de mim, dispo-me de preconceitos e revelo todos os meus segredos, aqueles mais difíceis de serem falados.

O ACENDEDOR DE LAMPIÕES DA RUA (Jorge de Lima)

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Lá vem o acendedor de lampiões da rua! Este mesmo que vem infatigavelmente, Parodiar o sol e associar-se à lua Quando a sombra da noite enegrece o poente!

A CÚMPLICE (Juca Chaves)

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Eu quero uma mulher Que seja diferente De todas que eu já tive Todas tão iguais Que seja minha amiga Amante e confidente A cúmplice de tudo Que eu fizer a mais... No corpo tenha o Sol No coração a Lua A pele côr de sonho As formas de maçãs A fina transparência D'uma elegância nua O mágico fascínio O cheiro das manhãs... Eu quero uma mulher De coloridos modos Que morda os lábios sempre Que for me abraçar No seu falar provoque O silenciar de todos E seu silêncio obrigue A me fazer sonhar... Que saiba receber Que saiba ser bem-vinda Que possa dar jeitinho Em tudo que fizer Que ao sorrir provoque Uma covinha linda De dia, uma menina A noite, uma mulher... *ver mais do autor  aqui: *ouça a música

UMA MULHER (Bruna Lombardi)

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uma mulher caminha nua pelo quarto é lenta como a luz daquela estrela é tão secreta uma mulher que ao vê-la nua no quarto pouco se sabe dela a cor da pele, dos pêlos, o cabelo o modo de pisar, algumas marcas a curva arredondada de suas ancas a parte onde a carne é mais branca uma mulher é feita de mistérios tudo se esconde: os sonhos, as axilas, a vagina ela envelhece e esconde uma menina que permanece onde ela está agora o homem que descobre uma mulher será sempre o primeiro a ver a aurora. Bruna Lombardi *veja mais de Bruna Lombardi aqui:   http://www.brunalombardi.com

TÊNIS X FRESCOBOL (Rubem Alves)

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Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’