Postagens

Mostrando postagens com o rótulo Verônica Ferreira

Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Ventania (Verônica Ferreira)

Imagem
Esse vento Que entrou pelas janelas abertas Vem de longe, muito longe, Lá onde moram os sonhos. Ele encheu a casa De aromas da infância, Cheiro de frutas Cheiro de mar, de férias E de algumas fragrâncias Que não se encontra mais. A força desse vento Abriu algumas gavetas Que estavam fechadas e esquecidas, Espalhou pela casa Fotos, papeis, recordações... Deixando rostos queridos estampados nas paredes, Além de aromas, O Vento trouxe sons de antigas canções e vozes Que se espalharam por toda parte. Fui rodando pela casa inteira, Movida por sua força, Como se estivesse dançando E atravessei paredes, Entrei em lugares já vividos, Encontrei-me com o ontem Como se hoje fizesse sentido. Parei na porta da saida Mas, não vi a rua, Olhei para dentro da casa E entre fotos, papeis, recordações, brinquedos de criança, Canções e aromas... Lá estava "eu" Encolhida num canto da sala, Olhamo-nos profundamente Como quem encontra um grande amor. Copyr