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Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Desatino (Madalena Sofia Galvão Viana)

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E era noite. O vento entrava de janela adentro e enchia o quarto com um quê de frieza, estranheza. De fato tudo parecia diferente, o vazio se espalhara pelo cômodo e pelo jeito não tinha pretensões de ir embora nem tão cedo, pelo menos até a noite ir primeiro.                     O ruído dos automóveis lá em embaixo era distante, quase que um zumbido. Nem parecia ser na mesma cidade, na mesma hora. Estava separada do zum zum da rua por cinco andares.                 Já passara a hora do ângelus e o friozinho que entrava anunciava uma noite tenebrosa. Do cinzeiro a fumaça do cigarro perdia força. A qualquer momento a porta iria abrir e ela precisava de uma explicação. Os pensamentos se aglutinavam em sua cabeça e pareciam se perderem em meio a um turbilhão de dúvidas.