Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

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Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

Prometo Perder (Pedro Chagas)

 


«A nudez dói muito sobre aqueles que só se suportam cobertos.»

 

Assim, sem mais nem menos, ele, armado ao pingarelho, disse-lhe o que

pensava. Ela parou, olhou-o sem mexer um músculo da cara, estendeu a mão

de forma educada e apresentou-se.

 

«Suzana, com z. Mas podes tratar-me por quero-te.»

 

Ele sorriu, estendeu a mão, cumprimentou-a de volta e fez o que as

regras da boa educação exigem.

 

«Daniel, com tesão. Mas podes tratar-me por anda comigo para casa.»

 

Ambos obedeceram.

 

Trecho do livro de crônicas Prometo Perder

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