Invenção de Orfeu UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] (Jorge de Lima)

Imagem
Catástrofe ambiental provocada pela Braskem [ [UM MONSTRO FLUI NESSE POEMA] Um monstro flui nesse poema feito de úmido sal-gema. A abóbada estreita mana a loucura cotidiana. Pra me salvar da loucura como sal-gema. Eis a cura. O ar imenso amadurece, a água nasce, a pedra cresce. Mas desde quando esse rio corre no leito vazio? Vede que arrasta cabeças, frontes sumidas, espessas. E são minhas as medusas, cabeças de estranhas musas. Mas nem tristeza e alegria cindem a noite, do dia. Se vós não tendes sal-gema, não entreis nesse poema.           Invenção de Orfeu, Canto Quarto, poema I

3ª Contingência Amorosa (Arriete Vilela)


Quero-te assim:
á distância.
Para dizer-me de ti, suavemente.
Ou negar-te,
quando tua lembrança doer
nas pitangueiras da minha infância,
pois insistes em colher os frutos
antes da estação.

Quero-te assim:
sem notícias.
Para que meu riso não te acolha
nem flagres em mim a alegria
de grande circo que, uma noite,
vivi no teu corpo.

Quero-te assim:
à deriva.
Para que, ao te buscar, o meu desejo
navegue à toa, naufragando aqui e acolá,
pois tua pele não tem porto,
nem cais,
nem âncora.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

BORBOLETAS (Mario Quintana)

TERCETOS (Olavo Bilac)

Essa Negra Fulô (Jorge de Lima)

Se Voltares (Rogaciano Leite)

A Reunião dos Bichos (Antônio Francisco)

Eu Te Desejo (Flávia Wenceslau)

Felicidade (Vicente de Carvalho)