Soneto dos Vinte Anos (Lêdo Ivo)
Que o tempo
passe, vendo-me ficar
no lugar em que estou, sentindo a vida
nascer em mim, sempre desconhecida
de mim, que a procurei sem a encontrar.
no lugar em que estou, sentindo a vida
nascer em mim, sempre desconhecida
de mim, que a procurei sem a encontrar.
Passem rios,
estrelas, que o passar
é ficar sempre, mesmo se é esquecida
a dor de ao vento vê-los na descida
para a morte sem fim que os quer tragar.
é ficar sempre, mesmo se é esquecida
a dor de ao vento vê-los na descida
para a morte sem fim que os quer tragar.
Que eu
mesmo, sendo humano, também passe
mas que não morra nunca este momento
em que eu me fiz de amor e de ventura.
mas que não morra nunca este momento
em que eu me fiz de amor e de ventura.
Fez-me a
vida talvez para que amasse
e eu a fiz, entre o sonho e o pensamento,
trazendo a aurora para a noite escura.
e eu a fiz, entre o sonho e o pensamento,
trazendo a aurora para a noite escura.
* Veja mais do grande poeta, no site da Academia Brasileira de Letras aqui:
Comentários
Postar um comentário
Deixe seu comentário. Ele é importante para nós. Apos verificação ele será publicado.